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Brincar - 15 de Novembro, 2023

#254 |Artigo| Experiências das crianças quanto às características dos parques infantis que contribuem para o valor do brincar e para a inclusão: Perceções a partir de uma etnografia

  • Nome

  • Experiências das crianças quanto às características dos parques infantis que contribuem para o valor do brincar e para a inclusão: Perceções a partir de uma etnografia
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  • Área de Ocupação

  • Brincar
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  • Citação

  • Wenger, I., Lynch, H., Prellwitz, M., & Schulze, C. (2023). Children’s experiences of playground characteristics that contribute to play value and inclusion: Insights from a meta-ethnography. Journal of Occupational Science. Advance online publication. DOI: 10.1080/14427591.2023.2248135
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  • Resumo

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  • Brincar ao ar livre é uma atividade crucial para as crianças, sendo os parques infantis espaços essenciais para tal. Apesar de brincar ser um direito fundamental, a investigação sobre como os parques apoiam o brincar, em termos de valor e inclusão, é escassa. Este estudo, usando uma abordagem meta-etnográfica, analisou 17 estudos para entender como as experiências das crianças nos parques influenciam o valor do brincar e a inclusão.

  • Foram identificados dois temas principais: a perspetiva das crianças sobre o valor do brincar e como o design físico dos parques impacta esse valor e a inclusão. Os resultados realçam a interligação entre o ambiente físico e social dos parques no contexto do valor do brincar, contribuindo para uma melhor criação de parques inclusivos.

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  • Métodos:

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  • Neste estudo, foi realizada uma meta-etnografia para analisar as experiências das crianças em parques infantis ao ar livre, explorando o valor do brincar e a inclusão. O processo envolveu uma pesquisa extensiva na literatura e a triagem de 2.876 estudos, dos quais 17 foram incluídos após uma rigorosa avaliação. Utilizou-se o programa CASP para avaliar a qualidade dos estudos. Os dados dos estudos foram extraídos e comparados, identificando conceitos-chave relacionados ao brincar e à inclusão. A análise revelou complementaridade entre os estudos, resultando numa síntese recíproca incorporada no argumento principal do estudo.

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  • Propósito e questões de investigação:

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  • Este estudo teve como objetivo alargar o conhecimento, a partir de uma perspetiva centrada na criança, sobre a forma como as características ambientais influenciam o valor do brincar e a inclusão de todas as crianças nos parques infantis ao ar livre. A questão de investigação foi: Como é que as experiências das crianças sobre as características ambientais nos parques infantis ao ar livre contribuem para a compreensão do valor do brincar e da inclusão numa perspetiva centrada na criança?

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  • Principais resultados:

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  • O valor do brincar, tal como percebido pelas crianças, é caracterizado por desafios emocionais e físicos. Estes desafios surgem dos elementos naturais e estruturas dos parques infantis, permitindo experiências emocionantes e de conquista. É crucial perceber como as crianças encaram os parques, pois têm uma visão única sobre o brincar. As crianças adoram desafios, ser criativas e brincar com outras crianças. A socialização e a experimentação são partes essenciais do brincar para elas. A capacidade de criar e moldar ambiente físico também é fundamental para o valor do brincar, proporcionando às crianças um sentido de pertença e controlo. Além disso, a interação social e a sensação de inclusão tem extrema importância. Os parques infantis devem oferecer uma variedade de espaços, desde áreas abertas a locais mais reservados, bem como uma variedade de elementos de jogo, como equipamentos de parque infantil e materiais soltos, para criar oportunidades de brincadeira inclusivas e significativas. Espaços projetados a pensar em diferentes idades, competências e interesses contribuem para isso. A presença de “variedade e variabilidade” nos parques amplia as oportunidades para todas as crianças brincarem e interagirem. Assim, quanto mais opções de brincadeira e interação um parque infantil oferecer, mais as crianças vão valorizá-lo. Um bom parque infantil equilibra aspetos físicos (equipamentos, espaços) com aspetos sociais (interação, inclusão), deve ser variado, inclusivo e responder às necessidades físicas e sociais das crianças.

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  • Implicações para a prática:

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  • Os resultados deste estudo têm as seguintes implicações para a prática da Terapia Ocupacional:
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  • – As crianças, e especialmente as crianças com incapacidade, podem experienciar o brincar e a utilização de ambientes de brincadeira de forma diferente das interpretações dos adultos. A compreensão de como as crianças veem e usam os espaços de brincadeira pode ser integrada em programas de formação para terapeutas ocupacionais. Isto pode ajudar a preparar profissionais desta área para avaliar e intervir, em contextos de brincadeira, de forma mais eficaz e significativa para as crianças.
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  • – Investigação Futura: O estudo pode servir de base para investigações mais aprofundadas sobre o design de parques infantis e a sua relação com o desenvolvimento das crianças, criando assim um feedback muito relevante para a prática clínica.
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  • – Os terapeutas ocupacionais podem usar os dados deste estudo para defender a importância de espaços de brincadeira adequados e inclusivos a nível local, nacional ou até mesmo internacional.
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  • – Intervenções Baseadas em modificações e adaptações no ambiente: O estudo reforça a importância de que a modificação ou adaptação do ambiente pode ser uma estratégia eficaz na terapia ocupacional, especialmente para crianças com incapacidade.
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  • – Educação para Pais e Cuidadores: Os terapeutas ocupacionais podem usar os resultados deste estudo para educar pais e cuidadores sobre a importância da brincadeira e de como escolher ou adaptar espaços de brincadeira que atendam às necessidades de seus filhos.
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  • – Intervenções Comunitárias: Além do trabalho clínico individual, os terapeutas ocupacionais podem envolver-se em iniciativas comunitárias para melhorar os parques infantis e outros espaços de brincadeira, para garantir que os ambientes sejam inclusivos e promovam o desenvolvimento saudável de todas as crianças
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  • Limitações do Estudo:

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  • Os autores deste estudo identificam as seguintes limitações:
  • Perspetiva dos Adultos: A meta-etnografia foi conduzida por quatro investigadores adultos, o que pode ter introduzido um viés, influenciando a interpretação das experiências das crianças.
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  • – Restrição Linguística: Os autores incluíram apenas estudos publicados em inglês, o que pode ter excluído investigações importantes publicadas noutras línguas.
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  • Restrição Cultural: Foi notada a ausência de estudos da América do Norte, o que pode afetar a transferibilidade das conclusões. Esta restrição pode ter levado a omitir perspetivas que variam culturalmente.
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  • Perspetiva Europeia dos Autores: Todos os autores da revisão estão sediados em países europeus, o que pode ter influenciado a interpretação dos estudos.
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  • Qualidade Metodológica dos Estudos Incluídos: A avaliação de qualidade mostrou que muitos estudos tinham limitações metodológicas. Isto sugere uma necessidade de investigação qualitativa mais robusta sobre as experiências das crianças em parques infantis ao ar livre.
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  • Diversidade de Perspetivas: Existe uma necessidade de expandir o conhecimento sobre as experiências de crianças com diferentes contextos, experiências e idades. A estratégia de pesquisa foi ampla para incluir as perspetivas de crianças com experiências diversificadas, mas ainda assim pode não ser totalmente representativa.
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  • Compreensão Inicial: Os autores referem que este estudo é apenas um ponto de partida na área de compreender o valor do brincar a partir das perspetivas das crianças.
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  • Estas limitações realçam áreas em que futuras investigações poderiam ser benéficas, bem como pontos a serem considerados ao interpretar e aplicar as conclusões do estudo.
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  • Palavras-chave:

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  • Ciência ocupacional; Perceções das crianças; Crianças com incapacidade; Investigação qualitativa; Espaço de brincar; Ligação ao lugar
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  • Língua:

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  • Inglês
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