- O Modelo de Ocupação Humana (MOHO) é um modelo que descreve a forma como os seres humanos geram e modificam as suas ocupações em interação com o ambiente, que apresenta um sistema dinâmico de ciclo aberto de ações humanas. O modelo de Comportamento Ocupacional serviu de fundamento para o modelo de Ocupação Humana que surgiu nos anos oitenta.
- A premissa central deste modelo é:
- “Toda a ocupação humana procede de uma tendência espontânea, inata do sistema humano, a urgência de explorar e dominar o ambiente.”
- Desta forma, o modelo baseia-se na suposição de que a ocupação é um aspeto crucial da experiência humana. Este modelo considera o indivíduo como um sistema aberto que evolui e sofre diferentes formas de crescimento, desenvolvimento e mudança através da interação progressiva com o ambiente externo. O sistema humano funciona simultaneamente como uma totalidade, com os seus próprios subsistemas internos e como parte de um sistema social mais amplo. O sistema considera a informação do ambiente e o feedback da ação realizada como entrada, passando depois para a parte interna do sistema.
- A parte interna é constituída por três subsistemas: Volição, Habituação e Desempenho.
- O subsistema da volição inicia a ação e é constituído por três componentes:
- -Em primeiro lugar, a causa pessoal é o sentimento de eficácia e confiança na realização da ação. Os seres humanos podem ser classificados em peões (ou origem), ou seja, com um forte (ou fraco) sentido de eficácia para se dominarem a si próprios e ao ambiente. Quando a previsão do resultado é alcançada, adquire-se uma sensação de sucesso e eficácia e vice-versa.
- -Em segundo lugar, os interesses são a intenção de procurar prazer em determinadas ações, objetos ou acontecimentos.
- -Em terceiro lugar, os objetivos valorizados são o resultado da forma como uma pessoa determina a importância de vários comportamentos profissionais.
- O subsistema de habituação mantém a rotina diária e o padrão de ação, bem como a ordem de execução das ações. É constituído por dois componentes:
- 1. Papéis que orientam as rotinas automáticas de uma pessoa quando atua em diferentes papéis produtivos e satisfazem as exigências do ambiente social e da vontade;
- 2. Hábitos que se formam quando uma pessoa repete certas ocupações na sua vida quotidiana e trabalha sem a orientação de uma decisão consciente.
- Num ciclo adaptativo, as experiências positivas aumentam o desejo de explorar, dominar e satisfazer as exigências ambientais da pessoa.
- Por último, o subsistema de desempenho gera a ação qualificada. Após a interação entre o input e os três subsistemas, o sistema gera um output (informação e ação), que fornece feedback ao sistema e se torna num novo input. Todo o sistema fará ajustes de acordo com o feedback e modificará a ação no final.
- Num ciclo inadaptado, a pessoa experimenta repetidamente a desorganização, pouca função e antecipação do fracasso futuro: más escolhas, rotinas pouco organizadas e destrezas pouco eficientes conduzem ao aumento da desorganização do sistema e estabelecem disfunção ocupacional.
- Este modelo pode ser aplicado para compreender a formação da ação das pessoas durante a avaliação e para modificar a ação dos mesmos através dos subsistemas e dos inputs durante a intervenção.
- Tipo:
- Modelo (Conceptual)
- População:
- Crianças, Adolescentes, Adultos, Idosos
- Incapacidade:
- Todos
- Domínio da Ocupação:
- Não Especificado
- Nota de aplicação:
- Nenhuma
- Referência chave:
- Kielhofner, G., & Burke, J. P. (1980). Um modelo de ocupação humana, parte 1. Estrutura concetual e conteúdo. American Journal of Occupational Therapy, 34, 572-581.
- Ano de publicação:
- 1980
- Principal autor:
- Gary Kielhofner
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