Processo TO - 8 de Abril, 2024
#14 Teleterapia em Intervenção Precoce
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Teleterapia em Intervenção Precoce
- A teleterapia em Terapia Ocupacional Pediátrica tem-se destacado como uma forma promissora de prestar cuidados terapêuticos a crianças, utilizando tecnologia de comunicação à distância. Esta abordagem ganhou impulso em Portugal durante e após a pandemia por Covid-19. Continuou a ser utilizada particularmente em situações onde o acesso a serviços presenciais é limitado ou impraticável.
- Conforme orientações da American Occupational Therapy Association (AOTA), a teleterapia representa um método eficaz para realizar avaliações, intervenções e consultoria. Assegurando a continuidade e a qualidade dos serviços terapêuticos no acompanhamento com crianças e as suas famílias.
Terapia Ocupacional e Teleterapia
- Num contexto de Terapia Ocupacional Pediátrica, a teleterapia facilita o foco em áreas chave do desenvolvimento infantil. Incluindo competências motoras, processamento sensorial, autonomia nas atividades da vida diária e competências sociais.
- Utilizando plataformas de vídeo, os terapeutas ocupacionais podem guiar os pais e cuidadores em atividades e estratégias que promovam o desenvolvimento da criança. Adaptando-se às necessidades e ao ambiente único de cada família.
- A AOTA sublinha a necessidade de os terapeutas ocupacionais possuírem formação específica em teleterapia. Garantindo a competência no uso de tecnologias digitais e na aplicação de práticas baseadas em evidências à distância. Além disso, é crucial a adesão a princípios éticos e regulamentos locais para a prática da teleterapia, protegendo a privacidade e a segurança dos dados dos pacientes.
- A colaboração continua a ser um pilar fundamental nesta modalidade de terapia. Os terapeutas a trabalharem em conjunto com as famílias, educadores e outros profissionais de saúde para criar um plano de cuidados integrado que suporte o bem-estar e o desenvolvimento da criança.
- A teleterapia em Terapia Ocupacional Pediátrica não só amplia o acesso a serviços especializados, mas também oferece uma flexibilidade valiosa para as famílias. Permitindo intervenções personalizadas que se ajustam ao ritmo de vida e às necessidades específicas de cada criança.
- Com o avanço contínuo das tecnologias de comunicação, espera-se que a teleterapia continue a evoluir, abrindo novos caminhos para a prestação de cuidados terapêuticos pediátricos. Apoiando o desenvolvimento de crianças em diversas comunidades.
- Com o reconhecimento de que as sessões de teleterapia vieram para ficar, é inegável que, para aqueles que trabalham com crianças pequenas, a condução de telessessões possa representar um grande desafio.
- Assim, criamos uma lista com algumas sugestões para te ajudar a criar uma sessão de Teleterapia organizada e produtiva:
Antes da Sessão
- 1. Agende a sessão de teleterapia. Considere agendar a sessão na hora da rotina desejada (e.g. hora das refeições para atividades relacionadas com alimentação).
- 2. Envie ao cuidador um pequeno “resumo” do que será a sessão e uma lista dos itens/brinquedos necessários para a realização das atividades da sessão, para que o cuidador possa estar preparado.
- 3. Prepare atempadamente tudo o que precisa para a sessão (e.g. vídeos, slides ou imagens que necessitar).
- 4. Se é a sua primeira sessão de teleterapia com o cliente, faça uma sessão de teste com o cuidador para detetar possíveis erros técnicos.
Início da Sessão
- 1. Cumprimente o cuidador/cliente.
- 2. Assegure-se que o consegue ver e ouvir (caso não consiga, feche a sessão e tente de novo).
- 3. Dê sugestões de como a família precisa de ajustar a sua câmara e o microfone.
- 4. Tenha o telemóvel pronto para comunicar com o cuidador caso seja preciso resolver algum problema.
- 5. Reveja as preocupações e objetivos do cuidador relativamente à semana anterior.
Realizar as atividades terapêuticas
- 1. Demonstre como se faz a atividade e explique como se relaciona com o objetivo da sessão e com a(s) rotina(s) diária(s).
- 2. Ensine o cuidador como deve realizar as atividades terapêuticas.
- 3. Envolva os restantes membros familiares e irmãos nas atividades da sessão, caso se justifique.
- 4. Explique como se devem introduzir as atividades da terapia nas suas rotinas diárias.
- 5. Analise a atividade e modifique-a, caso seja necessário.
Métodos de Orientação de uma Sessão de teleterapia em intervenção precoce
- – Articule o plano de Atividades: Durante a atividade, relembre o cuidador como é que a atividade/estratégia ajuda a criança a atingir o seu objetivo. Certifique-se que todas as atividades da sessão são importantes para o cuidador/família e de acordo ao objetivo esperado no seu plano de intervenção. Peça ao cuidador sugestões para futuras atividades.
- – Modele a Atividade: Divida a atividade em passos simples, demonstre, e deixe o cuidador experimentar.
- – Ouça e Observa: Enquanto o cuidador realiza a atividade, observe a sua interação com a criança, e tire notas para que possa dar o seu feedback. Avalie como a criança realiza a atividade. Ouça sem fazer julgamentos.
- – Feedback verbal e Orientações: Se necessário, dê ao cuidador ideias construtivas para que possa melhorar, reforçar, e validar o desempenho do cuidador na realização da atividade.
- – Resolução de problemas: Peça ao cuidador que reflita sobre:
- -“Como se sentiu ao fazer esta atividade/estratégia?”
- -“O que achou mais desafiante nesta atividade?”
Fim da Sessão
- 1. Sintetize a sessão.
- 2. Reflita sobre os objetivos, sucessos e oportunidades.
- 3. Identifique as estratégias usadas pelo cuidador que foram bem-sucedidas e dê sugestões.
- 4. Aborde a próxima sessão com o cuidador, inclusive “tarefas” a serem feitas antes do início da sessão, os itens/brinquedos necessários, bem como estratégias a utilizar na próxima sessão.
- 5. Pergunte como se sentiu o cuidador em geral, relativamente à sessão e atividades.
- 6. Agende a data e hora da próxima sessão.
Depois da Sessão
- Contacte o cuidador e pergunte se teve dificuldades durante a realização da sessão de teleterapia. Ex: o comportamento da criança interferiu com as atividades/sessão, o cuidador pareceu estar distraído ou não pareceu entender as instruções, etc.