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Processo TO - 9 de Janeiro, 2025

#339 Modelo de Processamento Sensorial de Dunn

  • O Modelo de Processamento Sensorial de Dunn propõe quatro padrões fundamentais de processamento sensorial, resultantes da interação entre o limiar neurológico e as estratégias de autorregulação. Este modelo organiza-se em torno de dois constructos principais: limiares neurológicos e respostas comportamentais.
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  • Constructos Fundamentais do Modelo

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  • O conceito de limiares neurológicos refere-se ao ponto em que uma pessoa responde a um estímulo sensorial, variando num contínuo de baixo a alto. Indivíduos com limiares baixos tendem a responder rapidamente aos estímulos, devido à facilidade de ativação dos seus sistemas sensoriais. Em contrapartida, aqueles com limiares elevados podem demonstrar menor reatividade, podendo mesmo não notar estímulos que são percetíveis para outros. Dunn sugere que a regulação neurológica resulta do equilíbrio entre excitação e inibição, criando limiares únicos para cada pessoa e para diferentes modalidades sensoriais
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  • O segundo constructo, a resposta comportamental, posiciona-se num contínuo que varia entre estratégias passivas e ativas. Indivíduos com estratégias passivas tendem a responder internamente aos estímulos, sem alterar o ambiente. Por outro lado, aqueles com estratégias ativas procuram controlar a quantidade e o tipo de estímulos sensoriais presentes no seu meio.
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    Os Quatro Quadrantes do Modelo

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  • Os dois constructos mencionados intersetam-se para formar os Quatro Quadrantes do Processamento Sensorial, que definem diferentes padrões de resposta:
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  • – Baixo Registo (quadrante superior esquerdo): Limiar neurológico elevado e resposta passiva. Indivíduos neste padrão podem parecer desatentos ou apáticos, devido à dificuldade em notar estímulos subtis.
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  • – Procura Sensorial (quadrante superior direito): Limiar neurológico elevado e resposta ativa. Estes indivíduos procuram estímulos intensos e podem ser descritos como aventureiros.
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  • – Sensibilidade Sensorial (quadrante inferior esquerdo): Limiar neurológico baixo e resposta passiva. Pessoas com este padrão tendem a sentir-se facilmente sobrecarregadas ou desconfortáveis em ambientes com muitos estímulos.
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  • – Evitamento Sensorial (quadrante inferior direito):
    Limiar neurológico baixo e resposta ativa. Este padrão reflete indivíduos que evitam ativamente situações ou ambientes com demasiados estímulos sensoriais.
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  • Aplicações Clínicas e Validação do Modelo

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  • A avaliação padronizada do processamento sensorial, como o Perfil Sensorial de Dunn, baseia-se numa distribuição normal das pontuações, permitindo aos clínicos identificar desvios significativos como potenciais indicadores de Perturbações do Processamento Sensorial (PPS).
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  • Estudos adicionais, como o de Brown e colegas, utilizaram medidas fisiológicas, nomeadamente a condutância da pele, para validar empiricamente os constructos do modelo. Estes estudos demonstraram que:
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  • – Padrões de sensibilidade sensorial e evitamento sensorial estão associados a maior reatividade fisiológica, com respostas mais rápidas e intensas a estímulos.
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  • – Em contraste, padrões de baixo registo e procura sensorial demonstraram maior habituação aos estímulos, refletindo uma menor reatividade inicial.
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  • A validação científica reforça a utilidade do modelo em contextos clínicos e educativos.
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  • Relevância para a Vida Diária e Contextos Clínicos

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  • Diferenças no processamento sensorial podem influenciar significativamente o envolvimento em atividades da vida diária, como alimentação, vestuário, interações sociais e participação escolar ou profissional.
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  • Por exemplo, indivíduos com Perturbação do Espectro do Autismo (PEA), relatam frequentemente experiências sensoriais intensamente diferentes, que podem ser confusas ou até aflitivas. Este impacto pode limitar a capacidade de gestão da vida quotidiana, afetando o desempenho ocupacional e o bem-estar emocional.
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  • A aplicação do Modelo de Dunn permite:
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  • – Compreender padrões sensoriais únicos: Ao fornecer insights sobre como cada indivíduo interage com o mundo à sua volta.
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  • – Planeamento de intervenções personalizadas: Ao permitir ajustar estratégias que promovem a autorregulação e a participação em atividades significativas.
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  • – Educação do cliente e da família: Ao facilitar a adaptação dos contextos de forma a que respeitem as necessidades sensoriais do indivíduo.
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  • Contribuição e Impacto do Modelo

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  • O Modelo de Dunn demonstra uma forte aplicabilidade clínica, sendo amplamente utilizado para avaliação, educação e planeamento de intervenções. A sua estrutura teórica robusta, combinada com o suporte empírico, oferece uma base sólida para compreender as interações complexas entre os estímulos sensoriais e o comportamento humano.
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  • Além disso, o modelo sublinha a importância de integrar as diferenças sensoriais em abordagens inclusivas, promovendo a qualidade de vida e a autonomia das pessoas em diferentes contextos ocupacionais e sociais.
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  • Tipo:

  • Teórico e Clínico
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  • População:

  • Todos
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  • Incapacidade:

  • Perturbações Sensoriais
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  • Domínio da Ocupação:

  • AVD’s AVDI’s, Lazer, Trabalho, Educação
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  • Nota de aplicação: 

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  • O modelo é usado para identificar padrões de processamento sensorial através de instrumentos padronizados, como o Perfil Sensorial de Dunn, permitindo diagnósticos e intervenções personalizadas.
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  • Referência chave:

  • Dunn, W. (2001). The Sensory Profile: User’s Manual. San Antonio, TX: Psychological Corporation.
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  • Ano de publicação:

  • 1997
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  • Autor principal:

  • Winnie Dunn
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