OTbrain

Loading...

OTbrain

Register

AVDs - 19 de Julho, 2022

#109 Ensinar AVDs a crianças com necessidades especiais

  • Todas as pessoas precisam de ter certas competências para viver no seu dia a dia. As competências relacionadas com higiene pessoal, comer e vestir são requisitos absolutamente fundamentais até para aqueles que pretendem ter uma vida semi-independente. Além destas competências básicas, existem muitas outras competências que usamos todos os dias para a nossa vida em casa ou na comunidade.
  •  
  • A maioria das pessoas aprendem as muitas atividades de vida diária ainda muito novas. Aprendem quer seja através de uma combinação de instruções, por imitação ou por tentativa-erro. 
  •  
  • Por exemplo, uma criança pode aprender a tomar banho sozinha ao lembrar-se da forma como os pais lhe davam banho, ao imitar as ações dos pais ou descobrindo por ela própria que se a água estiver demasiado quente, será desconfortável e poderá queimar.
  •  
  • PORQUE É QUE AS CRIANÇAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS DEVEM SER ENSINADAS DE MANEIRA DIFERENTE SOBRE COMPETÊNCIAS PARA A VIDA?
  • Crianças com necessidades especiais, como autismo, dificuldades de aprendizagem, ou PHDA (Perturbação de Hiperatividade com Défice de Atenção) aprendem de maneira diferente do que a generalidade das crianças.
    As crianças com necessidades especiais:
  • • Podem desenvolver a capacidade de imitação muito mais tarde do que a generalidade das crianças, ou poderão até nunca vir a desenvolver esta capacidade.
  • • Podem desenvolver capacidades de compreensão e de expressão verbal muito mais tarde do que a generalidade das crianças, ou poderão até nunca vir a desenvolver estas capacidades.
  • • Podem não desenvolver o desejo de fazerem por “elas próprias” ou de impressionar alguém com as suas capacidades e talentos.
  • • Podem ter dificuldade em seguir instruções verbais, sobretudo quando a instrução inclui vários passos.
  • • Podem não ter a noção do que é “esperado” ou do que é um comportamento “ajustado”.
  • • Podem não ter a capacidade de se concentrar numa tarefa por longos períodos de tempo.
  • • Podem ficar frustradas facilmente.
  • • Podem ter dificuldades sensoriais e cognitivas que comprometem o seu sucesso.
  •  
  • Se a criança apresenta uma ou todas estas características, pode não compreender as atividades diárias, nem executa-las como a generalidade dos seus colegas. No entanto, isso não significa que não possam aprender a maioria ou mesmo todas essas capacidades com uma abordagem de ensino adequada às necessidades da criança.
  •  
  • COMO É QUE PODEMOS ENSINAR AVDs A CRIANÇAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS?
  • Ao longo do tempo, na area da Terapia Ocupacional mas também fora dela, foram-se desenvolvendo um conjunto de técnicas que, tanto juntas como separadas, podem ser muito eficazes no ensino de AVDs a crianças com necessidades especiais. E a boa notícia é que estas técnicas podem ser igualmente eficazes a ensinar qualquer capacidade a qualquer pessoa – quer tenha ou não necessidades ou desafios especiais.
  •  
  • PASSO 1: ANÁLISE DE TAREFA
    A análise da tarefa é um processo que decompõe qualquer tarefa nas partes que a compõem. Por exemplo, lavar os dentes inclui: encontrar uma escova de dentes, uma pasta de dentes e um copo, pôr a pasta de dentes na escova, escovar os dentes de baixo, bochechar, escovar os dentes de cima, bochechar outra vez, repetir, limpar a escova e voltar a guardar todos os objetos no sítio onde estavam.
  •  
  • PASSO 2: CRIAR UM GUIA VISUAL
    Muitos TOs sugerem guias visuais para ajudar crianças com necessidades especiais a familiarizarem-se, compreender e memorizar todos os passos de uma tarefa. O guia visual pode incluir fotos ou bonecos ilustrados de cada passo do processo.
  •  
  • PASSO 3: DAR PISTAS E RETIRÁ-LAS GRADUALMENTE
    No início, uma criança com necessidades especiais poderá necessitar de imensa ajuda para memorizar e executar corretamente cada passo de uma tarefa. Dar pistas pode envolver uma ajuda física, por exemplo: o pai coloca a mão por cima da mão da criança para exemplificar. À medida que aprende, os pais começam a “retirar gradualmente” as ajudas físicas. Primeiro, deixam de usar a sua mão por cima da mão da criança e começam a usar apenas instruções verbais (como por exemplo: “não te esqueças de lavar a escova de dentes!”). Depois, os pais começam a retirar gradualmente as instruções verbais. Quando já não é necessário dar instruções, a criança aprendeu a tarefa!
  •  
  • FERRAMENTAS DE ENSINO ADICIONAIS
    Há algumas ferramentas adicionais que podem ser úteis, dependendo do progresso de aprendizagem da criança. Estas ferramentas são especialmente úteis em competências mais avançadas que exigem que a criança interaja com pessoas ou quando implica lidar com expectativas da comunidade alargada. Estas ferramentas são as seguintes:
  •  
  • Sequenciação de tarefas e encadeamento reverso. Todas as tarefas envolvem uma série de passos que funcionam como elos de uma cadeia. Por exemplo, não se pode lavar os dentes enquanto não pusermos pasta na escova de dentes. Alguns pais pedem cada passo da cadeia e depois começam a retirar os elos à medida que a criança vai aprendendo. No final, a criança pode estar apta a executar a tarefa com uma simples lembrança.
  •  
  • Exemplo de uma sequenciação de tarefa:
    Fazer a cama:
    Para ensinar uma criança a fazer a cama, podemos desmontar a atividades em vários passos:
    1. Retirar a almofada
    2. Puxar o lençol
    3. Dobrar a parte superior do lençol
    4. Puxar o cobertor/edredão
    5. Colocar a almofada de novo no sítio
    Para começar, o adulto faz os passos 1 a 4, permitindo à criança colocar a almofada no sítio, no final. Quando a criança consegue fazer isso, o adulto faz apenas os passos 1 a 3, e a criança terá que puxar o cobertor/edredão e colocar a almofada no sítio. Quando a criança se sente confortável em fazer um novo passo sozinha, o passo anterior é-lhe introduzido, sempre com o objetivo de ter a criança a finalizar a tarefa de forma independente.
  •  
  • Histórias sociais. As histórias sociais são um passo mais à frente em relação ao guia visual acima descrito. Em vez de listar simplesmente os passos, usam-se imagens para descrever o “comportamento desejado.” A maioria das histórias são personalizadas a cada indivíduo. Por exemplo: “Todas as manhãs depois de almoço, o João escova os dentes. Primeiro, o João bate à porta da casa de banho. Se ninguém estiver lá dentro, o João pode entrar” e por aí adiante. Os pais podem contar uma história com o João as vezes que forem necessárias até ele ter memorizado e conseguir executar todos os passos, sem ser preciso pedir.
  •  
  • Ensinar através de vídeos. Muitas crianças com necessidades especiais são bastante visuais, e muitas delas aprendem bem com vídeos que podem ser comprados, descarregados da Internet ou criados especificamente para cada criança particular.
    Os vídeos podem incluir actores a executar uma tarefa ou podem até mostrar a própria criança ao longo de todo o processo. Também pode ser útil fazer um vídeo da criança para que ele possa ver e identificar alguns dos erros que ele fez.
  •  
  • Aplicações para tablets. As crianças mais velhas, ou crianças com problemas menos complexos, podem beneficiar de aplicações móveis que os guiam através de experiências ou atividades específicas. Também podem beneficiar de Apps básicas de organização diária, como calendários, para os ajudar a planear e organizar o seu tempo.
  •  
  • Retirado e adaptado de: Retirado de:  https://www.verywellfamily.com/teach-self-care-skills-to-children-with-special-needs-4128821

Conteúdo exclusivo membros OTbrain PRO!

Para teres acesso a este conteúdo e dezenas de benefícios clica no botão abaixo 👇
OTbrain PRO

🎁 Experimenta o OTbrain PRO por 7 dias GRÁTIS! 

(Oferta por tempo limitado. Pode terminar a qualquer momento sem aviso prévio. Clica aqui para aproveitares.)

[NOVO] Artigos OTbrain

×