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Processo TO - 17 de Outubro, 2024

#320 Data Driven Decision Making

  • O Data Driven Decision Making (DDDM) é uma estrutura para os terapeutas implementarem o raciocínio clínico no processo de terapia ocupacional centra-se na utilização de dados de observações, testes e intervenções para orientar e medir os resultados.
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  • O DDDM tem sido sistematicamente usado na prática da terapia ocupacional e na Ayres Sensory Integration®, em diversos estudos e protocolos de intervenção, tornando-se, cada vez mais, indispensável para a prática e investigação da TO-IS. 
  • O DDDM é composto por 8 passos:
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  • Passo 1: Identificar as forças e os desafios à participação da criança

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  • O processo começa com a identificação das preocupações dos pais, cuidadores ou professores sobre a criança. Isso envolve ouvir atentamente todas as questões levantadas, que podem ser sobre o comportamento, desempenho académico, competências sociais ou outros aspetos do desenvolvimento da criança. 
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  • Este passo garante que as intervenções sejam centradas nas necessidades percebidas pela família e estejam alinhadas com os contextos de vida da criança.
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  • Assim, o terapeuta deve identificar os fatores que podem afetar a participação para cada questão identificada. A análise dos pontos fortes e dos fatores ambientais são fundamentais para dar apoio ou eliminar barreiras aos clientes. Estes dados são analisados para identificar padrões, discrepâncias ou áreas de preocupação que precisam ser abordadas. 
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  • Passo 2: Conduzir uma avaliação compreensiva

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  • Com base nas preocupações iniciais, o terapeuta seleciona e administra avaliações que irão avaliar os pontos fortes e as áreas de preocupação que podem estar a contribuir para os desafios de participação identificados. Aqui, os desafios à participação são claramente definidos em termos observáveis e mensuráveis. Este é um processo essencial para direcionar a recolha de dados e a formulação de hipóteses precisas. 
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  • O terapeuta deverá selecionar as medidas de avaliação apropriadas para auxiliar na compreensão de padrões de disfunção ou áreas de necessidade, bem como os pontos fortes da criança. Essas medidas podem incluir avaliações padronizadas, observações clínicas, questionários e entrevistas. A escolha das avaliações adequadas garante que os dados recolhidos sejam relevantes e válidos. 
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  • As avaliações selecionadas são aplicadas à criança, cuidadores e pessoas significativas. Esta etapa envolve a recolha de dados através de diferentes métodos de avaliação, que podem ser tanto quantitativos quanto qualitativos. A recolha de dados precisa e abrangente fornece a base para uma análise detalhada e para a tomada de decisões futuras.
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  • Passo 3: Criar hipóteses

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  • Com base na análise de todos os dados recolhidos, é descrito o nível atual de desempenho atual da criança e são desenvolvidas hipóteses sobre os fatores sensoriomotres que podem contribuir para os pontos fortes e para os desafios de participação. Estas hipóteses servem de base para as intervenções propostas. Hipóteses bem formuladas ajudam a direcionar a intervenção de forma eficaz e específica para as necessidades da criança. 
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  • Passo 4: Desenvolver e priorizar objetivos

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  • O terapeuta desenvolve objetivos claros e específicos para a intervenção, que devem ser mensuráveis. Estes objetivos são baseados nas hipóteses delineadas no passo anterior, ou seja, nos objetivos de participação e desafios identificados pela família e/ou pessoas significativas, bem como na análise dos dados de avaliação.
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  • Objetivos bem definidos e mensuráveis, orientam o plano de intervenção e facilitam a mensuração do progresso.
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  • Para facilitar a monitorização do progresso, o terapeuta pode ainda recorrer ao Goal Attainment Scaling para a formulação dos objetivos. Este processo consiste num método em que cada objetivo é graduado e é atribuído um valor quantitativo, utilizando um procedimento padrão.
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  • Passo 5: Identificar medidas de resultados

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  • Os resultados a serem monitorizados são escolhidos com base nos fatores sensoriomotores e nas áreas em que se espera uma mudança na participação. No DDDM, são definidos dois níveis de resultados, os resultados proximais e resultados distais.
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  • Os resultados proximais consistem em indicadores de avaliação que servirão para observar a evolução dos fatores previamente identificados como influenciadores da participação, nomeadamente os fatores sensoriomotores, tais como dificuldades no processamento vestibular, problemas no planeamento motor ou hiperreatividade tátil.
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  • Por outro lado, os resultados distais referem-se aos indicadores que acompanharão as competências e comportamentos nos quais se espera obter melhorias, ou seja, estão relacionados com os desafios de participação identificados, como a variedade alimentar, pintar dentro dos limites, e o envolvimento nas rotinas escolares, entre outros.
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  • Passo 6: Definir o contexto de intervenção

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  • Nesta fase, deve ser assegurado que os requisitos de qualificação dos terapeutas, os procedimentos de segurança, o equipamento e o espaço para a implementação da intervenção estão assegurados.
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  • Também será necessário documentar a frequência, a intensidade e a duração da intervenção, bem como planos de comunicação com a família. É importante incorporar a transferência da intervenção parra ambientes como a casa, escola ou a comunidade.
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  • Passo 7: Conduzir a intervenção

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  • Com base nos passos anteriores, o terapeuta implementa as intervenções delineadas. As intervenções são selecionadas com base nas melhores evidências disponíveis e de forma a corresponder aos pontos fortes da criança e às suas necessidades. São definidas as atividades terapêuticas com base nos dados da avaliação.
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  • A implementação eficaz das intervenções é crucial para abordar as necessidades identificadas e alcançar os objetivos de intervenção.
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  • Passo 8: Medir resultados e monitorizar o progresso

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  • Durante a intervenção, o progresso da criança é monitorizado continuamente. Isso envolve a recolha de dados contínua para avaliar se a intervenção está a produzir os resultados desejados. A monitorização do progresso pode incluir a revisão das notas das sessões, o registo diário das atividades e tarefas, a administração de avaliações, a revisão das notas de intervenção ou a pontuação das escalas de cumprimento de objetivos.
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  • A constante monitorização permite ajustes rápidos na intervenção, se necessário, para garantir que os objetivos sejam alcançados. Estes ajustes podem envolver a modificação de estratégias de intervenção, a introdução de novas abordagens ou a intensificação de certas atividades. Ajustes baseados nos dados asseguram que a intervenção permaneça eficaz e alinhada com as necessidades da criança.
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  • No final de um ciclo de intervenção, o terapeuta avalia os resultados alcançados em relação aos objetivos estabelecidos. Este passo também envolve reflexão sobre a eficácia do processo de decisão e identificação de áreas para melhorias futuras.
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  • Este modelo oferece uma abordagem metódica e baseada em evidências para a tomada de decisões na prática clínica, especialmente em terapia ocupacional.
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  • Cada passo é cuidadosamente estruturado para garantir que as intervenções sejam personalizadas, eficazes e fundamentadas em dados concretos. Ao seguir estes 8 passos, os terapeutas podem garantir que as suas práticas são centradas nas necessidades dos clientes e que as decisões tomadas são continuamente refinadas e ajustadas com base nos dados recolhidos ao longo do processo.
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  • Espera-se que os terapeutas possam utilizar o DDDM para identificar e testar sistematicamente o seu processo de raciocínio clínico relativamente à intervenção da terapia ocupacional com clientes específicos.
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  • Tipo:

  • Enquadramento
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  • População:

  • Crianças, Adolescentes, Adultos, Idosos
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  • Incapacidade:

  • Todos
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  • Domínio da Ocupação:

  • Não especificado
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  • Nota de aplicação: 

  • Os terapeutas devem registar os clientes no início, a meio e após a intervenção, utilizando gráficos ou outros dados estatísticos, de modo a obter uma visão completa dos progressos.
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  • Referência chave:

  • Schaaf, R. C. (2015). Creating evidence for practice using data-driven decision making. American Journal of Occupational Therapy, 69, 6902360010p6902360011-6902360016.
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  • Ano de publicação:

  • 2015
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  • Autor principal:

  • Roseann Schaaf
  • roseann.schaaf@jefferson-edu
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