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Processo TO - 30 de Junho, 2022

#101 |Artigo| Pobre orientação visuo-espacial em crianças com dislexia

Pobre orientação visuo-espacial em crianças com dislexia

  • Citação: Caldani, S., Baghdadi, M., Peyre, H., Khoury, E., Delorme, R., & Bucci, M. P. (2021). Poor visuo-spatial orientation and path memorization in children with dyslexia. Nordic Journal of Psychiatryhttps://doi.org/10.1080/08039488.2021.1943705
  • Resumo

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  • Dada a importância da representação espacial e navegação no ambiente natural e a presença de dificuldades na integração sensório-motora em crianças com dislexia, o objetivo deste estudo foi explorar a capacidade de orientação espacial em crianças com dislexia.
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  • Materiais e Métodos: Foram incluídas quarenta crianças: 26 com dislexia (idade média: 10,1 ± 0,3 anos) e 14 com desenvolvimento típico (idade média: 10,1 ± 0,4 anos). As crianças realizaram uma caminhada num triângulo retângulo isósceles de 3 metros marcado no chão de uma sala, em duas condições visuais: olhos abertos e olhos fechados. Os caminhos foram registrados usando o sistema HTC Vive com uma taxa de atualização de 90Hz e precisão <0,05 mm.
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  • Principais resultados: As crianças com dislexia demonstraram dificuldades significativas em tarefas que exigiam orientação espacial, especialmente quando realizavam o percurso com os olhos fechados. Nesse contexto, a ausência de visão evidenciou maiores dificuldades na capacidade de se orientar no espaço, indicando que estas crianças dependem mais da visão para compensar dificuldades na integração de outros estímulos sensoriais — como os sinais proprioceptivos e vestibulares. Em tarefas com complexidade adicional, como a reprodução de ângulos ou trajetórias em linha reta, as crianças com dislexia tiveram mais dificuldade em manter um trajeto preciso. Este comportamento sugere que essas crianças podem ter dificuldades na coordenação entre os diferentes sistemas sensoriais, que é necessária para realizar movimentos coordenados sem a ajuda da visão. Estes resultados sugerem uma possível dificuldade nos circuitos cerebelo-vestibulares em crianças com dislexia, o que compromete a sua capacidade de orientação e movimento preciso na ausência de suporte visual.
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  • Conclusões: Os autores sugerem que a pobre orientação corporal observada em crianças com dislexia pode ser devido a uma integração ineficiente dos inputs sensoriais visual, vestibular e proprioceptivo. Novos estudos que abordem as funções vestibulo-cerebelares podem ser úteis para compreender melhor a dislexia.
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  • Implicações para a prática da TO 

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  • Este artigo sugere as seguintes implicações para a prática da TO:
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  • – Crianças com dislexia apresentaram capacidades de orientação espacial pobres em comparação com crianças com desenvolvimento típico, principalmente quando as informações visuais não estão disponível e nas condições mais difíceis (como rotação do corpo).
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  • – Pobres capacidades motoras relatadas por crianças com dislexia podem ser devido a ineficiência nas vias cerebro-cerebelares
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  • – Importância de considerar a necessidade de avaliação das capacidades sensoriomotoras em crianças com dislexia, para averiguar a sua influência nas capacidades académicas
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  • Limitações

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  • Os autores identificaram as seguintes limitações:
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  • – Tamanho da Amostra: A amostra de crianças com desenvolvimento típico foi relativamente pequena em comparação com a de crianças com dislexia, o que poderá limitar a generalização dos resultados e reduzir o poder estatístico para a comparação entre os grupos.
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  • – Ausência de Avaliação Vestibular Clínica Sistemática: O estudo não incluiu uma avaliação vestibular clínica detalhada, que poderia ter fornecido uma compreensão mais aprofundada sobre o papel do sistema vestibular nas dificuldades de orientação espacial observadas em crianças com dislexia.
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  • – Variabilidade Individual na Resposta ao Teste: Como os testes envolveram tarefas motoras complexas, fatores como diferenças individuais na experiência de navegação espacial e familiaridade com tarefas motoras podem ter influenciado os resultados.
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  • – Falta de Dados Longitudinais: O estudo foi transversal e analisou as crianças num único momento. Estudos longitudinais poderiam ajudar a observar como as dificuldades sensoriais e motoras evoluem ao longo do tempo em crianças com dislexia.
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  • – Aplicação Limitada em Contextos Reais: A tarefa de orientação espacial foi realizada num ambiente controlado e poderá não refletir plenamente as exigências de orientação espacial em ambientes reais e dinâmicos, como a escola ou casa.
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  • Os autores sugerem que estudos futuros abordem estas limitações para enriquecer a compreensão das dificuldades sensoriomotoras em crianças com dislexia e o seu impacto no desenvolvimento e na aprendizagem.
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  • Palavras-chave:

  • Dislexia, crianças, orientação espacial, integração sensório-motora
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  • Língua:

  • Inglês

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