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Alimentação - 9 de Julho, 2022

#104 |Artigo| Perturbação Alimentar Pediátrica – Definição e Enquadramento Conceptual

  • Citação:Goday, P. S., Huh, S. Y., Silverman, A., Lukens, C. T., Dodrill, P., Cohen, S. S., Delaney, A. L., Feuling, M. B., Noel, R. J., Gisel, E., Kenzer, A., Kessler, D. B., Kraus de Camargo, O., Browne, J., & Phalen, J. A. (2019). Pediatric Feeding Disorder: Consensus Definition and Conceptual Framework.Journal of pediatric gastroenterology and nutrition68(1), 124–129. https://doi.org/10.1097/MPG.0000000000002188

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  • Resumo
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  • Os distúrbios de alimentação pediátrica carecem de uma definição universalmente aceite. Os distúrbios alimentares requerem uma avaliação e tratamento abrangentes, e que envolvem normalmente 4 domínios estreitamente relacionados e complementares entre si: domínios médicos, psicossociais, e de capacidades de alimentação, que surgem frequentemente associados a complicações nutricionais).
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  • Contudo, os paradigmas de diagnóstico anteriores definiram tipicamente as perturbações alimentares através da lente de uma única disciplina profissional e não caracterizam as limitações funcionais associadas e que são cruciais para planear intervenções apropriadas e melhorar a qualidade de vida das crianças com problemas alimentares.
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  • Utilizando o quadro da CIF – Classificação Internacional de Funcionamento, Incapacidade e Saúde da Organização Mundial de Saúde, propõe-se um termo unificador de diagnóstico: “Pediatric Feeding Disorder” (PFD; que traduzimos aqui por Perturbação Alimentar Pediátrica), definido como um défice de ingestão oral, não adequado à idade, e que está associada a disfunção médica, nutricional, incapacidade alimentar e/ou disfunção psicossocial.
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  • Ao incorporar as limitações funcionais associadas, os critérios de diagnóstico propostos para PFD deverão permitir aos profissionais e investigadores caracterizar melhor as necessidades das populações de paceintes heterogéneos, facilitar a inclusão de todas as disciplinas relevantes no planeamento do tratamento, e promover a utilização de terminologia comum, precisa e necessária para fazer avançar a prática clínica, a investigação, e a política de cuidados de saúde.
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  • Estes critérios visam criar uma plataforma de mudança para assegurar que bebés e crianças com PFD recebem os melhores cuidados possíveis e que as famílias recebem o mais amplo apoio comunitário disponível.
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  • Este enquadramente apoia a advocacia por organizações familiares e profissionais, e a promoção de maiores oportunidades de formação, para assegurar que as crianças com PFD tenham acesso a todos os especialistas necessários para uma gestão óptima da sua condição de saúde.
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  • Embora nem todas as crianças tenham défices em todos os 4 domínios, a avaliação inicial de cada domínio é fortemente recomendada para um tratamento bem sucedido para promover uma função óptima.
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  • Implicações para a prática da TO
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  • Definição de Perturbação Alimentar Pediátrica (Pediatric Feeding Disorder, PFD)
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  • Défice de ingestão oral, não adequado à idade, e que está associada a disfunção médica, nutricional, incapacidade alimentar e/ou disfunção psicossocial.
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  • Critérios diagnósticos propostos para Perturbação Alimentar Pediátrica
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  • A. Um distúrbio na ingestão oral de nutrientes, inadequado para a idade, com duração de pelo menos 2 semanas e associado a 1 ou mais dos seguintes fatores:
  • 1. Disfunção médica, conforme evidenciado por qualquer um dos seguintes:
    • a. Comprometimento cardiorrespiratório durante a alimentação oral
    • b. Pneumonite aspirativa ou recorrente
  • 2. Disfunção nutricional, evidenciada por qualquer um dos seguintes:
    • a. Desnutrição
    • b. Deficiência de nutrientes específicos ou ingestão significativamente restrita de um ou mais nutrientes resultantes da diminuição da diversidade alimentar
    • c. Dependência de alimentação enteral (i.e. através de sonda) ou suplementos orais para manter a nutrição e/ou hidratação
  • 3. Disfunção da capacidade de alimentação, conforme evidenciado por qualquer um dos seguintes:
    • a. Necessidade de modificação da textura de líquidos ou alimentos
    • b. Uso de posição para alimentação ou equipamento de alimentação modificado
    • c. Uso de estratégias de alimentação modificadas
  • 4. Disfunção psicossocial, evidenciada por qualquer um dos seguintes:
    • a. Comportamentos de evitação ativa ou passiva da criança ao se alimentar ou sendo alimentado
    • b. Gestão inadequada do cuidador da alimentação da criança e/ou necessidades nutricionais
    • c. Interrupção do funcionamento social dentro de um contexto de alimentação
    • d. Interrupção da relação cuidador-criança associada à alimentação
  • B. A ausência de processos cognitivos compatíveis com transtornos alimentares e padrão de ingestão oral não se deve à falta de alimentos ou congruente com as normas culturais.
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  • Este termo unifica as preocupações médicas, nutricionais, alimentares, e/ou psicossociais associadas às perturbações alimentares.
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  • A adopção desta definição por profissionais de saúde de todas as disciplinas estabelecerá uma terminologia comum que poderá ter um impacto generalizado na prática clínica, educação, investigação, e advocacia.
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