Educação - 9 de Outubro, 2025
#408 |Artigo| Uma Intervenção de Yoga para Crianças em Idade Pré-Escolar: Autorregulação e Regulação Emocional
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Uma Intervenção de Yoga para Crianças em Idade Pré-Escolar: Autorregulação e Regulação Emocional
- Citação: Coskun, M. (2024). A yoga intervention for young children: Self-regulation and emotion regulation. Journal of Occupational Therapy, Schools, & Early Intervention, 17(3), 623–639. https://doi.org/10.1080/19411243.2024.2335573
Resumo
- A infância é uma fase crítica para a aquisição de competências de autorregulação e regulação emocional, essenciais para a aprendizagem, a socialização e o sucesso escolar. O objetivo deste estudo quantitativo quase-experimental foi examinar os efeitos de uma intervenção baseada em yoga na autorregulação e na regulação emocional de crianças em idade pré-escolar. A amostra consistiu em 56 crianças de 4 a 5 anos. A intervenção de yoga foi implementada duas vezes por semana durante oito semanas. Para medir a autorregulação e a regulação emocional antes e depois da intervenção, foram utilizados o Head-Toes-Knees-Shoulders Task e o Emotion Regulation Checklist. Os resultados revelaram diferenças estatisticamente significativas entre os grupos de intervenção e de controlo. A intervenção baseada em yoga teve efeitos positivos significativos na autorregulação e na regulação emocional das crianças em idade pré-escolar.
Principais Resultados
- O estudo examinou os efeitos de um programa estruturado de yoga sobre as competências de autorregulação e regulação emocional de crianças em idade pré-escolar.
- Participantes:
- – 56 crianças (4-5 anos), divididas em grupo de intervenção (n=28) e grupo de controlo (n=28).
- – A intervenção decorreu durante 8 semanas, com sessões duas vezes por semana.
- Intervenção de yoga:
- – Baseada em posições básicas, exercícios de respiração, relaxamento e visualização.
- – As sessões foram conduzidas por um instrutor certificado em yoga infantil.
- Instrumentos de avaliação:
- – Head-Toes-Knees-Shoulders Task (HTKS): Avalia a autorregulação comportamental (atenção, inibição e memória de trabalho).
- – Emotion Regulation Checklist (ERC): Avaliação preenchida pelos professores sobre a capacidade da criança de identificar e gerir emoções.
- Resultados:
- O grupo de intervenção demonstrou melhorias estatisticamente significativas em ambas as competências:
- – Autorregulação: p < .001
- – Regulação emocional: p < .01
- As crianças participantes demonstraram melhor controlo comportamental, mais atenção sustentada e maior capacidade de gerir emoções, comparando com o grupo de controlo.
Implicações para a prática
- Com base nos resultados obtidos, o estudo sugere que práticas corporais como o yoga podem ser integradas de forma eficaz nas abordagens terapêuticas destinadas a promover a participação e o bem-estar de crianças em idade pré-escolar.
- – Promoção da autorregulação: O yoga oferece uma estrutura lúdica para treinar competências de atenção, controlo inibitório e consciência corporal — componentes fundamentais da autorregulação.
- – Regulação emocional como competência ocupacional: A melhoria da capacidade de identificar e gerir emoções tem impacto direto no envolvimento das crianças em atividades de grupo, rotinas escolares e interações sociais.
- – Intervenção de baixo custo e facilmente adaptável: O programa é replicável em contextos escolares, clínicos e comunitários, e pode ser conduzido por terapeutas com formação básica em yoga infantil.
- – Prevenção e intervenção precoce: A integração de práticas como o yoga na primeira infância pode funcionar como estratégia preventiva em populações em risco de dificuldades de regulação emocional ou comportamental.
- – Colaboração interdisciplinar: A inclusão do yoga como abordagem complementar reforça o papel dos terapeutas ocupacionais como promotores de práticas corpo-mente em contextos educativos.
Limitações:
- A autora reconhece algumas limitações que devem ser consideradas na interpretação dos resultados:
- – Tamanho da amostra: A amostra, embora adequada, foi limitada a 56 crianças de uma única região geográfica, o que reduz a generalização dos resultados.
- – Duração da intervenção: O estudo teve apenas 8 semanas de duração; não foi avaliado o impacto a longo prazo.
- – Foco no comportamento observado: As medidas de avaliação basearam-se em observações externas e comportamentos visíveis, não captando a experiência interna da criança em termos de bem-estar emocional.
- – Contexto específico: A intervenção ocorreu num ambiente controlado e com instrutor certificado, o que pode não refletir a realidade de todas as escolas ou contextos clínicos.
- A autora recomenda estudos futuros com amostras mais alargadas, acompanhamentos a longo prazo e métodos qualitativos complementares para captar a experiência subjetiva das crianças.
Palavras-chave
- Yoga; Autorregulação; Regulação emocional; Primeira infância; Intervenção; Pré-escolar
Língua
- Inglês
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