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Educação - 3 de Setembro, 2025

#401 |Artigo| Facilitar a Inclusão de Alunos Neurodivergentes Através de Práticas Baseadas na Evidência: Uma Abordagem Centrada nas Forças para a Regulação Sensorial

A inclusão educativa visa apoiar todos os alunos através de práticas pedagógicas e organizacionais que promovam a aprendizagem.

  • Citação: Leinfuss, J., & O’Hara, E. (2024). Facilitating Inclusion for Neurodiverse Students Using Evidence-Based Practices: A Strengths-Based Approach to Sensory Regulation. Journal of Occupational Therapy, Schools, & Early Intervention, 17(3), 769–781.
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  • Resumo

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  • A inclusão educativa visa apoiar todos os alunos através de práticas pedagógicas e organizacionais que promovam a aprendizagem. Os educadores enfrentam o desafio de ensinar uma população cada vez mais neurodivergente, com formas diversas de processamento e perceção. Os ambientes escolares tradicionais foram concebidos para indivíduos com menor grau de neurodivergência, podendo não proporcionar condições ideais de aprendizagem para todos. Alunos neurodivergentes, incluindo aqueles com autismo, podem apresentar diferenças no processamento sensorial que afetam a sua participação ocupacional. Compreender essas diferenças e aplicar intervenções adequadas pode facilitar programas de inclusão bem-sucedidos. A análise dos dados confirmou a eficácia do modelo Ready to Learn and Play (RtLP) como uma abordagem baseada na evidência para promover a participação e o desempenho de alunos neurodivergentes com desafios sensoriais, tanto em contexto presencial (p = .001) como em formato virtual (p = .00000607). Através de uma abordagem neuroafirmativa de ensino, coaching e formação, o RtLP pode ajudar a apoiar indivíduos com dificuldades de regulação sensorial, promovendo a sua participação em contextos educativos inclusivos.
  • Principais Resultados

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  •  Este estudo analisou a eficácia do modelo Ready to Learn and Play (RtLP) no apoio à regulação sensorial e ao desempenho ocupacional de alunos neurodivergentes, com base em dois estudos complementares (A e B).
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  • Instrumentos utilizados:
  • – School Companion Sensory Profile 2 e Adolescent/Adult Sensory Profile: Utilizados apenas como pré-teste, para identificar padrões de processamento sensorial e garantir a homogeneidade dos grupos.
  • – Short Child Occupational Profile (SCOPE): para avaliar os efeitos da intervenção ao nível da participação, desempenho funcional, motivação, regulação emocional e interação social.
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  • Estudo A – Intervenção presencial:
  • – Participantes: 16 alunos (10 no grupo de intervenção e 6 no grupo de controlo), com idades entre os 6,8 e os 20,1 anos.
  • – O modelo RtLP foi implementado em pelo menos 10% das sessões de Terapia Ocupacional.
  • – Resultados: O grupo que recebeu a intervenção RtLP apresentou melhorias estatisticamente significativas nos resultados do SCOPE (p < .001), nomeadamente na regulação sensorial, motivação e envolvimento escolar.
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  • Estudo B – Intervenção por teleterapia:
  • – Participantes: 13 alunos com idades entre os 8,3 e os 19,6 anos.
  • – O grupo de intervenção recebeu RtLP por via remota (teleterapia), comparado com um grupo que teve apenas teleterapia convencional.
  • – Resultados: Tal como no estudo A, os alunos do grupo RtLP demonstraram melhorias significativas na participação e no desempenho ocupacional (p < .001), segundo os dados do SCOPE.
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  • Implicações para a prática

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  • – Promoção da regulação sensorial: O modelo RtLP apoia os alunos a gerir estímulos sensoriais, preparando-os melhor para aprender e participar nas rotinas escolares.
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  • – Modelo estruturado e funcional: O RtLP está dividido em quatro fases, facilitando a sua aplicação junto dos alunos, das famílias e das equipas educativas.
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  • – Versatilidade do modelo: Pode ser implementado em diferentes contextos (escola, casa ou clínica), de forma presencial ou à distância.
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  • – Enfoque neuroafirmativo e centrado nas forças: A intervenção foca-se na aceitação das diferenças sensoriais, e não na correção do comportamento, promovendo estratégias adaptadas ao perfil de cada aluno.
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  • – Ferramenta de formação e coaching: Terapeutas ocupacionais podem utilizar o RtLP para formar e apoiar professores, assistentes e cuidadores, promovendo práticas inclusivas sustentáveis.
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  • – Alinhamento com as boas práticas internacionais: O modelo evita soluções generalistas e está em conformidade com as recomendações da AOTA, ao promover respostas ajustadas às necessidades sensoriais de cada aluno.
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  • Limitações

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  • Os autores referem as seguintes limitações do estudo:
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  • – Amostra reduzida: Os estudos incluíram um número limitado de participantes (16 e 13), o que restringe a generalização dos resultados.
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  • – Método de amostragem: A seleção dos participantes foi feita por conveniência e não foi aleatória, podendo introduzir viés.
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  • – Contexto único: Toda a recolha de dados foi realizada em ambientes escolares, o que limita o conhecimento sobre a aplicação do modelo noutros contextos (ex: familiar ou comunitário).
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  • Os autores sugerem que investigações futuras utilizem amostras maiores e explorem a eficácia do RtLP em diferentes ambientes e fases da vida, de modo a fortalecer a evidência e alargar a sua aplicação.
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  • Palavras-chave

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  • Inclusão; Alunos Neurodivergentes; Autismo; Regulação Sensorial; Desempenho Ocupacional; Prática Baseada na Evidência; Abordagem Neuroafirmativa.
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  • Língua

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  • Inglês

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