Brincar - 28 de Setembro, 2023
#240 |Artigo| Ayres Sensory Integration® for Addressing Play in Autistic Children: A Multiple-Baseline Examination
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Citação:
- Kuhaneck, H. M., Watling, R., & Glennon, T. J. (2023). Ayres Sensory Integration®for addressing play in autistic children: A multiple-baseline examination. American Journal of Occupational Therapy, 77, 7702205080. https://doi.org/10.5014/ajot.2023.050169
Resumo:
- O brincar é uma área de ocupação de dificuldade para as crianças com autismo, e os profissionais de terapia ocupacional precisam de evidências que orientem as intervenções para melhorar as competências de brincar desta população. Com este estudo os autores tiveram como objetivo examinar o impacto da intervenção de Integração Sensorial de Ayres® nos tipos de brincadeira das crianças com autismo, respondendo à questão de investigação “Pode a intervenção de Integração Sensorial de Ayres® (ASI) alterar os padrões de brincar em crianças com autismo?”. Foi utilizado o método de investigação não concorrente com linha de base múltipla entre os participantes. Os participantes foram três crianças com autismo, na faixa etária dos 5 e 6 anos, que realizaram 24 sessões de ASI em contexto clínico de terapia ocupacional em New England. Foi utilizada codificação por intervalos parciais para analisar a frequência do tipo de brincadeira e o Goal Attainment Scaling para acompanhar o progresso. Os resultados deste estudo sugerem que a ASI pode alterar os padrões do brincar das crianças com autismo, uma vez que cada criança participante mostrou mudanças na forma como brincava, sendo que todos mostraram um aumento nas brincadeiras manipulativas. De um modo geral, as três crianças mostraram alguma melhoria, sendo que apenas uma criança apresentou melhorias significativas em dois tipos diferentes de brincadeiras.
Implicações para a prática:
- Este estudo tem as seguintes implicações para a prática da terapia ocupacional:
- – Com base nos resultados apresentados e dependendo da interpretação adotada, pode-se concluir que a ASI pode levar a um aumento do envolvimento nas brincadeiras das crianças com autismo, sendo evidente nos aspetos motores da brincadeira.
- – As constantes remarcações indicam a necessidade de flexibilidade no planeamento das sessões de TO. Considerando os compromissos de trabalho e familiares, os terapeutas ocupacionais devem estar preparados para adaptar-se às mudanças de agenda e encontrar horários que se encaixem na rotina da família.
- – As diferenças observadas na maneira como cada criança brincava indicam que as intervenções de TO devem ser individualizadas. Enquanto uma criança beneficiou de brincadeiras de faz-de-conta e imitação, as outras duas crianças tiveram respostas diferentes. Isso ressalta a importância da avaliação individual e do ajuste das intervenções de acordo com as necessidades específicas de cada criança.
- – A decisão da família de duas crianças em continuar a intervenção após o estudo pode indicar o valor percebido da TO para algumas famílias. A avaliação contínua e o feedback das famílias podem ajudar os terapeutas ocupacionais a adaptar e prolongar as intervenções conforme necessário.
- – As mudanças no brincar das crianças com autismo após a ASI são suscetíveis de ser altamente variáveis, dependendo do perfil de apresentação da criança.
- – As crianças com autismo podem necessitar de uma intervenção mais prolongada para que haja mudanças nas brincadeiras de faz-de-conta.
Limitações:
- – A principal limitação do estudo foi a variação na duração da intervenção devido a problemas de agendamento. Apesar de todos os participantes terem tido no mínimo 24 sessões, não está claro se a duração total ou o intervalo entre sessões influenciou os resultados. O participante, que teve mais sessões reagendadas, apresentou o menor progresso. Devido à importância, na terapia ocupacional, de entender a dosagem e duração eficaz das sessões de ASI, são necessários mais estudos nesse sentido.
- – O método de investigação usado tem críticas devido às suas limitações em avaliar o impacto de eventos passados. No entanto, alguns acreditam que esse método minimiza ameaças à validade interna, pois os participantes não são da mesma época, reduzindo o impacto de variáveis externas similares. No estudo, os três participantes são de cidades e escolas distintas e tiveram terapias e atividades diferentes, tornando pouco provável que tenham sido influenciados pela mesma variável externa.
- – Variações na observação da intervenção das crianças: As variações no tempo que os pais observaram as sessões de ASI podem ter influenciado a forma como brincavam com os seus filhos. Pais que assistiram mais podem ter imitado mais os terapeutas na hora de brincar com os filhos. A presença de um adulto extra durante a observação das sessões de brincadeira livre pode ter alterado o comportamento da criança, e não se sabe como isso impactou as sessões de brincadeira livre entre pai e filho.
- – O método de avaliação usado neste estudo foi criado pelos autores, o que pode ser visto como uma limitação. Contudo, ele foca especificamente em aspetos do brincar relevantes para a terapia ocupacional, o que é um diferencial.
- Apesar de ser recente, o método mostrou níveis satisfatórios de concordância entre observadores e tem fundamentação em pesquisas anteriores.
- Palavras-chave: Perturbação do espetro do autismo, criança, integração sensorial
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