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Processo TO - 27 de Maio, 2022

#79 |Artigo| Relação entre linguagem e capacidade sensóriomotoras em criança com autismo

  • Título: Relação entre linguagem e capacidade sensoriomotoras em criança com autismo

 
  • Citação: 
  • Hannant, P. (2018) Receptive Language is Associated with Visual Perception in Typically Developing Children and Sensorimotor Skills in Autism Spectrum Conditions. Human Movement Science, vol 58, pp. 297-306 https://dx.doi.org/10.1016/j.humov.2018.03.005
  • Resumo:

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  • Uma série de estudos evidenciaram dificuldades marcantes na linguagem em condições do espectro do autismo. Estudos também mostraram que o conhecimento da linguagem e da palavra está associado à mesma área do cérebro que também é responsável pela percepção visual em indivíduos com desenvolvimento típico (DT).
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  • No entanto, a investigação com crianças com autismo sugere que o significado das palavras é mapeado de maneira diferente em componentes sensório-motores dentro do cérebro. Além disso, a coordenação motora está associada às competências de comunicação.
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  • O presente estudo tem como objetivo explorar se a coordenação motora e a percepção visual estão prejudicadas em crianças com autismo, e se as dificuldades de coordenação e percepção visual se correlacionam com os níveis de linguagem receptiva.
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  • Participaram 36 crianças: 18 crianças com autismo e 18 com DT, emparelhadas em idade e raciocínio não verbal. Ambos os grupos completaram o Movement ABC, Beery-Buktenica Developmental Test of Visual-Motor Integration, British Picture Vocabulary Scale and Matrices.
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  • Principais resultados:

     
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  • Os resultados mostraram que as crianças com autismo pontuaram significativamente mais baixo em linguagem receptiva, coordenação e integração visuomotora do que o grupo com DT.
    No grupo com DT a linguagem receptiva correlacionou-se significativamente com a percepção visual; no grupo com autismo a linguagem receptiva correlacionou-se significativamente com o equilíbrio.
    Esses resultados implicam que as capacidades sensório-motoras estão associadas à compreensão da linguagem no autismo e, portanto, a relação entre as experiências sensório-motoras e a linguagem merece uma investigação mais aprofundada.
     
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  • Implicações para a prática:

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  • Este estudo indica que a linguagem receptiva no autismo está correlacionada com as capacidades sensório-motoras em oposição à percepção visual, como visto em crianças com DT.
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  • Esta descoberta, somado a investigações anteriores sobre “cognição incorporada” e diferenças no mapeamento semântico, sugere que as dificuldades de linguagem receptiva em crianças com autismo podem estar relacionadas com as suas experiências sensório-motoras.
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  • Assim, os resultados deste estudo podem ter um impacto nas intervenções atuais que dependem fortemente de imagens visuais para desenvolver a linguagem no autismo, como sistemas pictográficos e, portanto, merecem mais investigação.
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  • Se a linguagem estiver associada a capacidades e experiências sensório-motoras em vez de apenas representação visual nas perturbações do espectro do autismo, os programas e avaliações de linguagem podem beneficiar da inclusão de experiências sensoriais, experiências de vida e fotografias, além de programas de integração sensório-motora. Além disso, os clínicos e os educadores devem estar conscientes de que intervenções que apoiem competências de coordenação motora e o equilíbrio de crianças com autismo em idade precoce também são de grande importância e benefício.
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  • Uma possível área para investigação futura seria explorar se a substituição de imagens representadas pictográficamente por imagens da vida real em avaliações de linguagem alteram favoravelmente os resultados das avaliações de linguagem receptiva.
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  • Limitações:

  • Os autores identificam as seguintes limitações para este estudo:
     
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  • – O estudo incluiu uma amostra relativamente pequena (18 crianças em cada grupo), o que pode limitar a generalização dos resultados.
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  • – A natureza transversal da recolha de dados não permite fazer interpretações causais, ou seja, não se pode determinar se as dificuldades na linguagem receptiva, perceção visual e coordenação motora são a causa ou a consequência de outras características do autismo.
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  • – Houve dificuldade em decidir sobre as variáveis de fundo para parear o grupo de crianças com condições do espectro do autismo com o grupo de controlo. Embora os participantes tenham sido pareados por idade e desempenho nas matrizes, não foram pareados por género, e o teste de matrizes utilizado pode não ter sido totalmente adequado para este propósito.
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  • – A British Picture Vocabulary Scale and Matrices (BPVS-III) utilizada para medir a linguagem receptiva pode não ser uma avaliação adequada para medir o desempenho em crianças com PEA, uma vez que se observou uma correlação entre as pontuações do BPVS-III e do subteste de matrizes no grupo DT, o que sugere que ambas as avaliações dependem fortemente do processamento visual.
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  • Estas limitações indicam a necessidade de mais investigações com amostras maiores, metodologias longitudinais e instrumentos de avaliação mais adequados para crianças com condições do espectro do autismo.
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  • Keywords:

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  • Autismo, sensório-motor, linguagem recetiva, perceção visual, equilíbrio, cognição incorporada
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  • Língua:

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  • Inglês
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