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Processo TO - 29 de Maio, 2025

#382 Modelo de Desenvolvimento das Competências de Escrita Manual

  • Este modelo é destinado a alunos do ensino básico com dificuldades na escrita manual, especialmente na transcrição de ideias para o papel, o que compromete a sua comunicação com professores, colegas e familiares.
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  • A escrita à mão continua a ser uma competência essencial no contexto escolar, sendo exigida em atividades como tomar notas, copiar conteúdos e realizar trabalhos escritos. Este modelo foca-se na melhoria da caligrafia, tornando-a mais funcional e eficiente, sem recorrer ao uso de computador como compensação.
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  • Dominar a escrita manual permite que os alunos se expressem com mais fluidez, realizem tarefas em menos tempo e retenham melhor os conteúdos. Uma escrita legível facilita a revisão da matéria, contribui para a produção de trabalhos mais adequados ao nível de ensino e influencia positivamente a avaliação dos professores, podendo mesmo afetar a progressão escolar.
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  • Pressupostos:

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  • Este modelo baseia-se em três pressupostos fundamentais para que as crianças possam beneficiar do programa de escrita manual.
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  • – Assume-se, em primeiro lugar, que os alunos têm capacidades básicas de perceção visual, controlo postural e conhecimentos suficientes para participar em atividades de escrita.
  • – Em segundo lugar, presume-se que já foram expostos, em contexto escolar, às competências grafomotoras elementares da escrita.
  • – Por fim, considera-se que a criança já definiu a dominância manual e utiliza consistentemente a mão dominante ao escrever.
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  • Este modelo organiza a avaliação da escrita manual em quatro áreas-chave de desempenho: uso de símbolos, preensão, utilização de instrumentos de escrita e legibilidade.
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  • – Capacidade de utilizar símbolos em atividades pictóricas, como o desenho, que serve de base para o desenvolvimento da escrita de letras e números. Quando funcional, a criança envolve-se espontaneamente em atividades de desenho e representação gráfica, reconhecendo formas, letras e números.
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  • – Preensão funcional, isto é, na capacidade de segurar e manipular corretamente o instrumento de escrita com a mão dominante, de forma ergonómica, sem dor ou fadiga, e com força adequada. Esta preensão deve permitir movimentos automáticos e eficazes durante a escrita.
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  • – Utilização dos instrumentos de escrita, exigindo competências motoras finas para manipular diferentes utensílios como lápis, canetas ou marcadores. Uma utilização funcional envolve destreza, fluidez e capacidade de cruzar a linha média do corpo ao escrever.
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  • – Legibilidade da escrita, elemento essencial para o sucesso académico. A escrita é considerada funcional quando apresenta espaçamento consistente, letras bem formadas e alinhamento adequado, permitindo uma transcrição clara e automática das ideias.
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  • Guia para Avaliação

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  • A avaliação organiza-se em três etapas: entrevistas e triagem, avaliações padronizadas e elaboração do plano de intervenção.
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  • Primeiro, recolhem-se informações junto de pais, professores e através da observação da criança, analisando hábitos, contexto e desempenho real da escrita. Depois, aplicam-se testes padronizados adequados à idade e necessidades da criança, como a Minnesota Handwriting Assessment ou o ETCH-C, para avaliar legibilidade, preensão e competências motoras. Por fim, os dados são analisados e, em conjunto com a família e escola, definem-se objetivos e estratégias de intervenção ajustadas, podendo incluir apoio direto do terapeuta ou sugestões para o professor implementar na sala de aula.
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  • Princípios de Mudança na Escrita Manual

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  • A melhoria das competências de escrita manual acontece quando a criança é exposta a prática variada e orientada, com feedback claro e objetivo. Esse processo ajuda a tornar mais precisos os movimentos necessários para formar letras com tamanho, alinhamento e espaçamento consistentes.
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  • A base para o desenvolvimento da escrita começa com o jogo simbólico, onde a criança aprende a compreender e usar símbolos. A aprendizagem é mais eficaz quando as letras são ensinadas em atividades com significado, através de práticas estruturadas e diversificadas, ajustadas ao nível ideal de desafio da criança.
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  • Princípios específicos incluem:
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  • – Desenvolver o jogo simbólico antes e durante a escrita ajuda a preparar a criança para aprender o alfabeto.
  • – As letras devem ser ensinadas no contexto de palavras com significado, facilitando a aplicação motora.
  • – A prática variada e o feedback específico ajudam a criar um esquema motor mais eficiente e automático.
  • – Quando a prática ocorre num nível de desafio adequado, novas competências motoras são adquiridas com maior eficácia.
  • – Avaliar a precisão da escrita de forma contínua ajuda a consolidar a aprendizagem.
  • – As atividades praticadas em terapia devem também ser aplicadas na sala de aula, para integrar a informação sensorial e contextual.
  • – Atividades centradas no desenvolvimento do esquema motor permitem à criança adaptar os seus movimentos às exigências da tarefa, tornando a escrita mais eficiente.
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  • Aplicação à Prática

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  • A intervenção começa com o estímulo ao jogo simbólico, essencial para o desenvolvimento da escrita. O terapeuta propõe atividades lúdicas e significativas, com prática variada e feedback positivo, dando prioridade à precisão antes da velocidade. A escrita é trabalhada de forma progressiva, com materiais diversos e jogos motivadores. A colaboração com professores permite integrar a prática na sala de aula, adaptando o ambiente e ajustando o nível de desafio. O objetivo final é tornar a escrita automática, legível e funcional no contexto académico.
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  • Tipo:

  • Modelo de desenvolvimento da escrita manual. 
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  • População:

  • Crianças 
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  • Incapacidade:

  • Dificuldade de escrita manual
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  • Domínio da Ocupação:

  • – Educação
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  • Nota de aplicação: 

  • É necessária a colaboração com os professores da turma
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  • Referência chave:

  • Roston, K. (2010). A frame of reference for the development of handwriting skills. In P. Kramer & J. Hinojosa (Eds.), Frames of reference for pediatric occupational therapy (3rd ed., pp. 425-460). Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins.
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  • Ano de publicação:

  • 2010
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  • Autor principal:

  • Karen Roston (Allfixed@aol.com)

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