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Educação - 31 de Janeiro, 2024

#273 |Artigo| Uma Abordagem Multifacetada e Multidimensional para a Intervenção nas Escolas: Recomendações para crianças com desafios de integração e processamento sensorial

  • Nome:

  • Uma Abordagem Multifacetada e Multidimensional para a Intervenção nas Escolas: Recomendações para crianças com desafios de integração e processamento sensorial
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  • Área de Ocupação:

  • Educação
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  • Citação:

  • Whiting, C. C., Ochsenbein, M., Schoen, S. A., & Spielmann, V. (2022). A Multi-Tiered and Multi-Dimensional Approach to Intervention in Schools: Recommendations for Children with Sensory Integration and Processing Challenges. Journal of Occupational Therapy, Schools, & Early Intervention, 15(3), 314-327. https://doi.org/10.1080/19411243.2021.1959486
     
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  • Resumo:

  • Este artigo tem como objetivo promover uma conceptualização  abrangente da prestação de serviços de terapia ocupacional e intervenção para estudantes com desafios na integração e processamento sensorial, visando aprimorar a participação e o desempenho ocupacional no ambiente educacional. Ao oferecer um continuum completo de opções de prestação de serviços por meio de sistemas de suporte a vários níveis, o profissional da escola pode fornecer serviços no nível apropriado de planeamento. Além disso, os processos sensoriais, regulatórios e relacionais são cada vez mais reconhecidos como interligados no desenvolvimento e essenciais na prestação de serviços para alunos com diferenças na integração sensorial e processamento. Portanto, os serviços para esta população devem incluir uma abordagem a vários níveis, oferecendo uma gama completa de opções de prestação de serviços, e a intervenção deve ser abrangente, incluindo estratégias dos três domínios: sensorial, regulação e relação.
  • Os terapeutas ocupacionais escolares necessitam de orientação ao fornecer serviços para alunos com disfunção na integração e processamento sensorial para perceber:
  • – Como oferecer serviços em todos os níveis para esses alunos, sendo que algumas escolas debatem entre intervenções sensoriais separadas e inclusão, muitas vezes excluindo uma em detrimento da outra. Isso pode resultar em falta de individualização e utilização inadequada do nível de planeamento apropriado para alunos com diferenças na integração sensorial e processamento.
  • – Como oferecer uma intervenção mais abrangente, considerando a interconexão dos domínios sensorial, regulatório e de relação. Uma abordagem exclusiva na intervenção sensorial restringe a prática ocupacional, reduzindo o ênfase na ocupação e negligenciando a compreensão contemporânea das influências bidirecionais entre o cérebro e o corpo.
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  • O artigo propõe uma abordagem contínua de serviços, integrada ao sistemas multinível de suporte (MTSS), para alunos com desafios na integração e processamento sensorial, visando aprimorar o desempenho e a participação ocupacional na escola. Com base no trabalho de Ayres, recomenda-se que os terapeutas ocupacionais adotem uma abordagem multinível e multidimensional, focando especialmente três domínios cruciais: integração e processamento sensorial , regulação e relação.
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  • Apoio aos aspetos sensoriais, de regulação e de relação:
  • Os processos sensoriais, regulatórios e relacionais influenciam significativamente o desenvolvimento das competências de desempenho, sendo essenciais na abordagem terapêutica ocupacional em Portugal. A hiporeatividade sensorial pode prejudicar o desempenho académico e social, enquanto a discriminação sensorial afeta a interpretação e identificação de estímulos sensoriais. Desafios de praxis, como a dispraxia, impactam as tarefas diárias e as interações sociais. Compreender esses desafios é crucial para intervenções que promovam a autorregulação e melhorem a participação dos alunos no contexto escolar.
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  • A interligação dos processos sensoriais, regulatórios e relacionais, e o seu impacto no desenvolvimento das competências de desempenho, é amplamente apoiada por teorias do desenvolvimento. Esta interconexão é facilmente observada no ambiente educacional. Diversos subtipos sensoriais podem manifestar-se em conjunto, sendo um exemplo a hiporeatividade sensorial. Este subtipo refere-se a um sistema nervoso que não regista ou não está “consciente” da estimulação sensorial, requerendo uma intensidade maior ou exposição prolongada a estímulos sensoriais. Isso pode resultar numa menor estimulação fisiológica, afetando a resposta do aluno às exigências ambientais, como perder instruções do professor devido à falta de consciência sensorial. Alunos com hiporeatividade sensorial podem apresentar baixa excitação fisiológica na sala de aula, manifestando-se em comportamentos como colocar a cabeça na secretária. Embora possam ser inteligentes, muitas vezes têm dificuldades académicas e tendem a ser socialmente reservados.
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  • A discriminação sensorial envolve o registo, modulação e discernimento da importância e qualidades dos estímulos sensoriais. Alunos com desafios nesse aspecto podem registar sensações, mas têm dificuldade em identificar componentes significativos da experiência sensorial, apresentando-se de forma distinta. A discriminação sensorial é crucial para identificar qualidades espaciais, temporais, de amplitude e do sistema sensorial específico. Crianças com dificuldades na integração sensorial podem enfrentar desafios de discriminação tátil, auditiva, proprioceptiva e vestibular. Estas dificuldades podem afetar várias atividades, desde ajustar a pega do lápis até interpretar vozes dos colegas, resultando em possíveis problemas de interação social e sentimentos de frustração e embaraço.
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  • As dificuldades de praxis, um desafio sensorial, pode impactar o desempenho dos alunos na escola. A praxis, um processo neurocognitivo, requer a integração de informações corporais e ambientais para apoiar competências cognitivas e físicas. Alunos com desafios de praxis (dispraxia) podem ter dificuldade em concluir tarefas na secretária, seguir instruções, aprender novos planos motores e participar em interações sociais. Podem necessitar de ajuda considerável nas Atividades de Vida Diária (AVDs), como lidar com fechos ou recipientes de alimentos. A baixa autoconfiança, frustração e confusão são comuns nesses indivíduos, resultando numa capacidade reduzida de autorregulação.
  • Estes alunos podem manifestar comportamentos como “comportamentos de palhaço” fala excessiva, reatividade emocional e evitação, muitas vezes isolando-se durante atividades escolares, refletindo baixa tolerância à frustração e dificuldade em lidar com desafios, experienciando possíveis situações de não cumprimento das expectativas académicas e sociais, o que impacta a sua participação nas atividades escolares.
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  • Apoio através de níveis
  • Os serviços para alunos com desafios na integração sensorial e processamento são apoiados por terapeutas ocupacionais em três níveis do MTSS:
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  • Nível 1
  • – O foco é promover práticas inclusivas, implementar o design universal para aprendizagem e sensibilizar toda a escola. O terapeuta ajuda a criar um ambiente flexível e adaptado, minimizando barreiras, enquanto utiliza ferramentas de triagem para identificar desafios e promover mudanças sistémicas.
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  • Nível 2
  • – Ocorre a colaboração com a equipa escolar para abordar exigências complexas, usando análise ocupacional para compreender padrões de desempenho. Estratégias incluem modificar ambientes, aumentar a consciência sensorial e implementar suportes de regulação multidimensionais, integrando serviços na sala de aula.
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  • Nível 3
  • – Reservado para casos mais complexos, o terapeuta propõe intervenções individualizadas através de uma avaliação abrangente, frequentemente colaborando com a educação especial. O serviço direto, com foco em atividades e práticas baseadas em evidências, é sugerido para impactar positivamente a participação na sala de aula, sempre visando resultados funcionais e progressivamente reduzindo a intensidade dos serviços conforme necessário. Em cada nível, a comunicação eficaz e a coleta contínua de dados são essenciais para avaliar a eficácia das intervenções.
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  • Implicações para a prática:

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  • Participação em Diversas Opções de Prestação de Serviços no Ambiente Escolar:
  • – Adoção de uma abordagem multi-nível para apoiar alunos, respeitando a exigência do ambiente menos restritivo.
  • – Implementação do MTSS para aprimorar suportes multifacetados do terapeuta ocupacional, abordando disparidades no acesso a recursos escolares.
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  • Utilização de uma Perspetiva como o STAR Frame of Reference:
  • – Foco no desempenho ocupacional e nas inter-relações sensoriais, regulatórias e de relacionamento na avaliação e intervenção.
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  • Participação em Programas de Desenvolvimento Profissional Específicos para a Prática Escolar:
  • A formação avançada para desenvolver o raciocínio profissional é necessária quando se oferece um processo contínuo de apoio à intervenção nos domínios sensorial, da regulação e das relações para crianças com problemas de integração e processamento sensorial.
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  • Condução de Investigações para Avaliar a Eficácia das Abordagens em Cada Nível:
  • Envolvimento em atividades de investigação para contribuir para a base de evidências em relação aos resultados para alunos com desafios na integração e processamento sensorial no contexto escolar.
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  • Estas ações fornecem aos terapeutas ocupacionais escolares uma direção clara para apoiar de maneira abrangente os alunos com disfunção na integração sensorial e processamento, melhorando a saúde, o bem-estar, a participação e o envolvimento ocupacional dos estudantes.
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  • Keywords:

  • sensorial; regulação; relação; escola; multifacetada

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  • Língua:

  • Inglês

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